Comida de bicho. £4000 pra dar um jeitinho no jardim. Um home theatre. Um ipod. Mais de mil libras por quatro espelhos. Troca de todas as lâmpadas da casa de uma vez. Reforma da piscina. Quadra de tênis. Etc, etc, etc.
Cada um que escolha seus luxos. Mas eles pediram reembolso aos cofres públicos. E seus desejos foram realizados. Assim reinava a paz e a felicidade geral da nação até que veio o lobo mau e ops! encontrou a singela lista de despesas, que foi prontamente passada para seus amiguinhos jornalistas.
Aí foi aqueeeela coisa né. Eles primeiro puseram a culpa no "sistema". Porque todos os pedidos estavam totalmente de acordo com "as regras do sistema", portanto, por A + B, eles nada fizeram de errado. Aaahh bom. Aham. Não colou, obviamente. Aí, veio o líder da oposição, do alto de sua juventude, charme, e discursos inflamados, lembrando-me Collor e fazendo com que eu não consiga decidir se ele é do bem ou do mal, e foi curto e grosso: que se devolva tudo!!
Um e outro vieram então ao público cheios de caráter e honestidade, dizendo I'm sorry, mas olhem, eu estou devolvendo! Oh, que admirável, não? Tá devolvendo porque foi pego, né, bonitão? Em outra frente, vieram os espertinhos com o lema: não devolvo porque não estou errado. Devolver significa admitir a culpa. É, não deixa de ter lógica, hein. Well done.
E aí, a essa altura você deve estar pensando que perdeu alguma edição do Jornal Nacional pois não tinha ainda ouvido falar na quadra de tênis (ainda se fosse um campinho de futebol society seria mais útil). É, meus caros amigos, o que acontece é que os protagonistas desta história sentam-se muito posudos não no Planalto Central, mas em um certo prédio secular bem ali do lado do Big Ben.
Taciana, direto da terra de Sua Majestade, ao vivo e em cores, pagando pela ração do cachorro do excelentíssimo Member of Parliament. E nem sequer fui convidada para a inauguração da quadra de tênis. Boa noite.
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2 comentários:
Bárbaro seu texto ("excelente" está virando lugar comum!), muito bom, mesmo. O Reino Unido não é o Haiti, mas é aqui.
a diferença é que essas histórias não chegam aqui...
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