quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Brasileiros de minha Londres

É domingo, pego o ônibus 15 para ir à National Gallery. Disseram-me que os girassóis de Van Gogh estão por lá. Não sou lá uma pessoa com uma veia artística muito apurada, mas não custa nada (e não custa mesmo, é de graça :P) ir dar uma olhadela em uns Van Gogh, Monet, Renoir, esse pessoal fraquinho.

Esse ônibus aí para no mesmo lugar onde nós peguemo (sic) esse.

No primeiro andar do famoso ônibus vermelho, três brasileiros brindam todos os passageiros (especialmente os que estão entendendo) com uma interessante e sofisticada conversa, caprichando nos "R" mineiros ou paulistas, whatever.

Tá vendo aquela gordinha ali? Se dá um vento, levanta o vestido, mostra a bunda, ela nem liga.

Ao lado dos girassóis de Van Gogh, estava o meu preferido Campo de Trigo com Ciprestes:


Com toda a minha falta de talento para as artes plásticas, tive que copiar este quadro como ilustração no meu caderno de poesias da escola na França.

Cê tá pegando muitas?
Eu, pegando?? Eu não tou pegando é nada!

Ciprestes... como era mesmo aquela poesia de que eu gostava, que falava de ciprestes?

"Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo..." Fernando Pessoa

(salve o Google)

Ontem tomei umas e fiquei malucão, meu.

(Uma cópia de) Campo de Trigo com Ciprestes está agora na parede do meu quarto.

Um comentário:

Mayra disse...

Eu gosto de ser estrangeira quando tem brasileiro por perto, principalmente pra poder ouvir essas conversas com cara de quem não está a entender.